O deputado estadual Paulo Corrêa pediu hoje (16/02) a ajuda de todos os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para enviar à Câmara e ao Congresso Federal uma moção de repúdio contra a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e pedir aos deputados federais e senadores a não aprovação da proposta.
Desde o ano passada o Governo Federal vem sinalizando a possível volta do imposto e durante reuniões realizadas na noite de ontem e na manhã desta tarça-feira com os líderes da base aliada no Senado e na Câmara Federal, a presidente Dilma Rousseff defendeu a aprovação da CPMF, afirmando que a proposta de reforma fiscal chegará em breve ao Congresso.
Ao se posicionar contrário a volta do imposto, que foi extinto em 2007, Paulo Corrêa fez um alerta, afirmando que embora a CPMF deva ser pago apenas sobre as transações bancárias, o tributo vai sim refletir em todos os seguimentos, chegando a todos os cidadãos. Com isso, o país deve registrar elevação do desemprego, já que com a transferência da carga tributaria para os produtos finais, como pão, arroz e feijão, a população vai comprar menos, as indústrias devem reduzir a produção e reduzir também o número de trabalhadores.
“Sou contra a volta da CPMF porque ela não traz nenhum benefício para o cidadão brasileiro. A grande maioria do Senado Federal também é contra e esse imposto, que vai influenciar diretamente na batata, no tomate, nos produtos do dia-a-dia. A CPMF é feroz, ela age na cadeia produtiva de todos os produtos de 3 a 5 vezes antes de chagar ao consumidor”, explicou Paulo Corrêa.
O parlamentar, que é presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia, destacou a preocupação das federações com a volta da CPMF e explicou que a maneira mais eficaz de resolver os problemas financeiros do Brasil é o governo reduzir suas despesas, e não aumentar os impostos para custear suas contas.
“Não estamos vendo o Governo Federal fazer os cortes necessários para equilibrar suas contas. Estamos vendo o Governo Federal reativar mais um imposto. Temos que ser claros na Assembleia e tomar posição, porque somos formadores de opinião e devemos cobrar dos senadores e dos deputados federais que também se posicionem contra, porque a voracidade do governo federal neste momento para resolver o problema de arrecadação é muito alta, mas ele tem que resolver o problema cortando a carne, reduzindo os cargos. A lógica está errada”, afirmou.
A proposta do Governo Federal é cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancarias de pessoas físicas e empresas. O valor arrecadado seria utilizado para cobrir o rombo com a Previdência Social.
Em aparte ao pronunciamento do deputado Paulo Corrêa, os deputados Barbosinha, Beto Pereira, Mara Caseiro, Zé Teixeira e Amarildo Cruz também se colocaram contra a recriação da CPMF.
“Quando nós falamos do déficit da máquina publica, ele é generalizado, porque começa no município e termina na federação. Na verdade, por falta de recurso, por falta de eficiência na gestão, a solução encontrada pelos governos é aumentar tributos. O povo não aguenta mais. Todas as vezes que nós temos um problema, como o que estamos enfrentando hoje na saúde, e a solução encontrada é o aumento de tributos. E esse ano o trabalhador vai trabalhar até o meio do ano para pagar tributos, recebendo um serviço extremamente defeituoso”, disse o deputado Barbosinha.
Agora Paulo Corrêa vai elaborar a moção de repúdio, colher as assinaturas dos deputados para posteriormente enviar aos deputados federais e senadores.
Texto e foto: Edilene Borges
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