A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Irregularidades Fiscais e Tributárias de Mato Grosso do Sul realizou nesta quarta-feira (27/09) a última reunião de trabalho e decidiu que vai solicitar a versão do Governador Reinaldo Azambuja sobre as denúncias feitas pelos donos da JBS de que ele teria recebido propina em troca de concessão de incentivos fiscais à empresa. Os membros da CPI decidiram ainda que a manifestação de Azambuja poderá ser feita por escrito e que o relatório final da investigação será entregue em 30 dias.
A Comissão também encerrou as oitivas com o depoimento do deputado e produtor rural Zé Teixeira. Os produtores Zelito Alves Ribeiro e Nelson Cintra também haviam sido convidados a prestar esclarecimentos, mas não compareceram. Zelito encaminhou os documentos, como era opcional no convite. Já o Secretário de Relações Institucionais do Governo do Estado, Nelson Cintra justificou que vai se interar do processo da CPI e pediu mais prazo para a entrega dos documentos.
Citado na delação dos donos da JBS, o deputado Zé Teixeira negou aos membros da CPI ter recebido propina e entregou cópias das notas fiscais eletrônicas da venda de gado referentes aos últimos cinco anos.
Ele afirmou que faz negócio com a JBS desde que a empresa se instalou no Estado, mas que jamais conversou com os irmãos Joesley e Wesley Batista, explicando que na maioria das vezes as negociações são feitas pelos seus funcionários.
“Eu não tenho muito o que explicar. Estes documentos são públicos e o que eu disse aqui eu também disse na tribuna. Estou mostrando a documentação das negociações que fiz com eles (JBS) nos últimos cinco anos. Nunca conversei com eles. Pode abrir meu telefone”, garantiu Zé Teixeira.
Ele disse ainda que não sabe porque foi citado na delação. “Estou mostrando o estrato de que o dinheiro entrou na minha conta. Agora eu que faço uma pergunta: como que uma pessoa paga uma conta que ele não deve? Eles é que tem que explicar como eles pagaram uma coisa se eles não compraram”, questionou ele.
Ao final da reunião Paulo Corrêa disse que a Comissão vai apresentar o relatório em 30 dias e que já está tomando as providências para pedir o bloqueio dos bens da JBS e assim garantir o ressarcimento dos valores referentes aos tares e aos investimentos que a empresa deixou de fazer no Estado.
“O advogado da CPI Luiz Henrique Volpe está autorizado pela CPI, nesses dois Tares que é possível fazer a recuperação, a entrar com as ações que sejam pertinentes. É uma estratégia da CPI entrar com essas ações para que possamos recuperar este crédito e posteriormente. Hoje a CPI está com 67 dias de trabalho e estamos esperando que em mais 30 dias tenhamos concluídos os trabalhos com o relatório final sendo votado, o que é um recorde histórico, já que analisamos mais de 100 mil notas fiscais, graças a um trabalho técnico que foi feito”, explicou o presidente.
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