O deputado Estadual Paulo Corrêa, que é presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, participou nesta terça-feira da inauguração da fábrica de Brinquedos Estrela na cidade paraguaia de Hernandárias, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR).
O parlamentar, que participou do evento a convite do presidente da Fiems Sérgio Longen, destacou a importante ligação entre o Estado e o país vizinho. “O coração do Mato Grosso do Sul é paraguaio e o coração do paraguaio com certeza é Mato Grosso do Sul. A Assembleia Legislativa dará todo o apoio necessário para consolidação desta parceria, e, enquanto presidente da Comissão de Indústria e Comércio da Casa de Leis, vamos continuar trabalhado junto com Federação das Indústrias, sob a batuta do presidente Sérgio Longen”, disse.
Já o presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou as parcerias dos empresários brasileiros com o governo do país vizinho e reforçou a necessidade de intensifica busca por alternativas para alavancar Programa Fomentar Fronteiras, que foi criado em 2014 pelo Governo do Estado para facilitar e fomentar a atividade econômica nos municípios da faixa de fronteira.
“O Paraguai é uma parceria que deu certo com o Brasil em razão dos esforços do ministro Gustavo Leite e de sua equipe, de todos os governadores envolvidos, de todos os intendentes e, mais do que nunca, a disposição de nós empresários de buscarmos opções, mantendo a qualidade do emprego tanto na região de fronteira, que é o caso de Mato Grosso do Sul, quanto no Paraguai”, emendou Sérgio Longen sobre a proposta do Paraguai de conceder incentivos para os brasileiros e, em contrapartida, fomentar o desenvolvimento econômico do país.
Para Longen, o impacto da crise econômica, somada a obstáculos como a carga tributária e encargos trabalhistas, faz o empresário brasileiro enxergar no Paraguai uma alternativa para se manter competitivo e não acabar fechando as portas. “O programa de industrialização do Paraguai hoje está muito bem definido e a empresa que hoje está em dificuldades no Brasil encontra no país vizinho cenários mais favoráveis, mantendo a competitividade”, avaliou, referindo-se à Lei de Maquila, que, com regras específicas, prevê incentivos fiscais, gastos tributários com o quadro de funcionários da empresa reduzidos e redução dos custos de produção por causa da energia, em média, 70% mais barata do que no Brasil.
A fábrica
Com a participação do presidente do Paraguai, Horacio Cartes, e de outras autoridades na cerimônia de inauguração, a Estrela, a maior fabricante de brinquedos do Brasil, informou que a unidade de Hernandárias funcionará em regime da Lei de Maquila, ou seja, os produtos serão fabricados no Paraguai e 90% deles têm de ser exportados para o Brasil, pagando-se 1% sobre o valor agregado.
“A estratégia é utilizar o Paraguai para substituir a parte que era importada da China, onde tínhamos uma unidade que foi fechada. Hoje, a Estrela tem 65% da produção no Brasil e 35% importada da China. O mais importante é que vamos trabalhar aqui (Paraguai) com a oportunidade que está sendo oferecida pelo Ministério da Indústria”, disse o empresário Carlos Tilkian, de Brinquedos Estrela.
Com investimento inicial de US$ 5 milhões e mais US$ 7 milhões a serem investidos nos próximos anos, a fábrica de Brinquedos Estrela em Hernandárias tem 6 mil m², com previsão de ampliação para 13 mil m². Inicialmente vai empregar 100 trabalhadores, número que deverá dobrar ao longo deste ano. No Brasil, a Estrela possui três fábricas, que juntas empregam 5 mil pessoas, sendo 2 mil empregos diretos.
A solenidade de inauguração também contou com as presenças do ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, do governador do Departamento de Alto Paraná, Justo Zacarías Irún, do presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), Edson Campagnolo, do vice-presidente do Foro Brasil Paraguai, Junior Dantas, com o técnico de plataforma Rede de Inversão e Exportação Pedro Gaspar Dinator Suazo.
Já o presidente Horácio Cartes disse em seu discurso que Brasil e Paraguai precisam continuar unidos e juntos se tornar um país de primeiro mundo. “Não importa a resistência e a campanha que podem fazer contra nós, o brasileiro tem que vir para dentro do Paraguai, ser mais competitivo, ser mais eficiente. O Brasil terá no Paraguai um grande companheiro para que possamos nos desenvolver juntos e sejamos como um país de primeiro mundo. Posso garantir que este país vai cativar vocês”, disse.
O ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite, afirma que o céu é o limite para a parceria entre os dois países vizinhos. “Temos que competir, competir, competir. As expectativas do crescimento e consolidação desta parceria são as melhores porque o céu é o limite para o empresário de Mato Grosso do Sul”, avaliou.
Para o governador do Departamento do Alto Paraná, Justo Zacarías Irún, os ganhos da parceria entre Brasil e Paraguai são indiscutíveis. “Esta é uma parceria histórica, vizinhos como Mato Grosso do Sul e Paraná fazem fronteira com a gente então é um elo permanente, e sabemos os ganhos das indústrias com essa parceria estão acontecendo e vão se incrementar”, projetou.
O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, classificou a chegada da Estrela à cidade fronteiriça com o Paraná um momento importante para o Mercosul. “Estamos aqui participando da inauguração e, ao mesmo tempo, acompanhando a importância que é a integração do Brasil com o Paraguai, especialmente no Paraná, um momento importante do Mercosul”, disse.
Daniel Pedra e Edilene Borges
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