Voltar para notícias · 31 março, 2016

Índio mente em CPI, depoimento é desconsiderado e Comissão registra Boletim de Ocorrência

Convocado para depor na reunião de hoje (31/03) na Comissão Parlamentar de Inquérito que apura a violência contra os povos indígenas no Estado, o indígena Paulino Silva, da Aldeia Moreira de Miranda, mentiu ao garantir que compreendia a língua portuguesa, mas que não falava fluentemente e os membros da CPI registraram Boletim de Ocorrência por falso testemunho.

Paulino entrou no plenário da Casa de Leis acompanhado pela intérprete Maria de Lourdes Sá. Logo em seguida os membros da CPI leram o termo de compromisso e perguntaram se o indígena falava ou entendia português. Por meio da intérprete ele disse que não, mas foi novamente questionado pelos deputados Paulo Corrêa e Mara Caseiro, que são membros da CPI. Em todas as vezes que foi questionado Paulino afirmou que não falava fluentemente.

Com a insistência dele em não falar à verdade Paulo Corrêa apresentou um vídeo em que o mesmo aparece falando fluentemente o Português, provando que Paulino está mentindo mesmo após ter assinado o termo de compromisso com a CPI. O depoimento foi anulado e logo em seguidas os membros acionaram a polícia para lavrar o Boletim de Ocorrência.

Durante a discussão a intérprete Maria de Lourdes Sá chegou a dizer que estava chateada porque a língua materna de sua etnia estava sendo desrespeitada, mas logo depois do ocorrido disse que sabia que o índio falava português. Já o defensor público que acompanhava os indígenas, afirmou que não saber da falsidade.

“Ele faltou com a verdade e a CPI tem que tomar as providências. Isso aqui não é brincadeira. Estamos fazendo uma investigação séria, sobre a morte de índios no nosso estado e ele, sendo indígena e interessado na solução desses casos, não poderia ter feito isso. A Lei garante que o indígena se expressa por meio de sua língua materna e nós, membros da CPI respeitamos isso, mas não foi o que aconteceu. Ele disse que não entendia muito bem e não falava fluente, uma verdadeira farsa sem necessidade”, disse Paulo Corrêa.

A deputada Mara Caseiro também votou a favor da invalidez do depoimento e disse que Paulino desrespeito a CPI. “Ele mentiu descaradamente, o que é um desrespeito aos membros desta Comissão. Eu respeito à língua terena, a língua guarani e qualquer outro idioma, mas não posso admitir que uma pessoa faça isso, porque é chamar nós de palhaços e essa CPI não é um circo. Estamos trabalhando com responsabilidade, com respeito e também exigimos respeito”, declarou.

Já o deputado Rinaldo Modesto destacou em sua fala que a intérprete, que é professora, também mentiu. “A professora disse que estava chateada. Imagina eu? Ela foi conivente com a mentira dele. Nós tínhamos certeza que ele falava fluentemente português e mesmo assim os dois negaram e faltaram com a verdade. É uma postura errada da parte dela que é educadora e os educadores trabalham com o objetivo de formar cidadãos não para mentir”, afirmou.

 

Paulino foi dispensado e o caso encaminhado para a Polícia Civil. 

Deputado Estadual Paulo Corrêa

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