Voltar para notícias · 16 março, 2016

CPI do CIMI: Paulo Corrêa pede acareação entre vereador e delegado da PF

A reunião desta quarta-feira (16/03) da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) foi marcada por controvérsias. Os dois indígenas ouvidos pela Comissão, o Cacique Edson Candelário e o vereador de Sidrolândia Cledinaldo Cotócio, negaram as afirmações apresentadas anteriormente por outros depoentes.

Após ouvir a versão do vereador Cledinaldo Cotócio (PP) sobre a reintegração de posse da Fazenda Buriti em 2013, os membros da Comissão aprovaram, a pedido do relator deputado Paulo Corrêa, uma acareação entre Cotócio e o delegado da Polícia Federal Alcídio de Souza Araújo.

Alcídio foi um dos primeiros a ser ouvido pela CPI, e em seu depoimento, em outubro do ano passado, afirmou que no dia da reintegração encontrou o vereador em um posto de combustível no município de Dois Irmãos do Buriti, ocasião em que este lhe contou que a situação estava tensa e que o CIMI havia orientado os índios a não saírem da área. 

No entanto, hoje, ao ser questionado pela CPI, Cledinaldo negou a informação. Disse apenas que nunca participou de invasão, que não conhece as pessoas do CIMI citadas pela Comissão, e que, embora tenha conversado com o delegado, não teria falado sobre o CIMI. 

“Conversei sim com ele, mas só disse que a situação estava tensa. Não falei de CIMI”, explicou garantido ainda que durante o confronto também não viu pessoas do CIMI. “Tive contato com vários repórteres, várias pessoas, mas se eram CIMI ou não, eu não sei”, afirmou, contrariando a afirmação do delegado.  

Com a discordância de informações, Paulo Corrêa solicitou e foi aprovada uma acareação, com data ainda não definida. 

Já o indígena Edson Candelário, que se apresentou à CPI como cacique da Aldeia Argola, desmentiu o depoimento de Fábio Lemes, outro indígena já ouvido pela CPI e que também disse ser cacique da mesma aldeia, que fica localizada em Miranda. 

Na oitiva de Fábio, que aconteceu no último dia 24/02, ele relatou que foi escolhido pela comunidade como Cacique, porém alguns membros da aldeia e outros caciques não aceitavam a escolha. Já Edson Candelário explicou que ele é quem é cacique escolhido e que integra também o Conselho do Povo Terena, um movimento formado por vários caciques e que organiza as assembleias em que se discuti temas relacionados às comunidades indígenas. 

Além disso, Edson foi o único depoente ouvido pela CPI a garantiu que o CIMI leva para a Aldeia Argola alguns projetos e que a entidade não influencia nas decisões da aldeia. “Há encontro dos povos terenas. Levam sua necessidade de cada povo, de cada comunidade, um encontro dos caciques. Ali discute várias coisas, saúde, educação e moradia. Participam os caciques e sua própria comunidade. Pessoas convidadas pelos caciques e algumas entidades. A participação do CIMI na comunidade vou dizer especificamente na minha aldeia, eles trazem oficinas, cursos, dão orientação, aprendizagem, artesanato”, contou. 

Edson também negou conhecer alguns integrantes do CIMI. 

Ausência de convocados

Outros convocados para depor na CPI não compareceram. São Eles: Luiz Henrique Eloy, Professor Estevinho, Cacique Ramon e Irmã Michael Mary Nolan. A convocação enviada para Irmã Michael retornou com justificativa que ela não mora mais no endereço repassado à CPI. Já o advogado Luiz Henrique Eloy encaminhou documento à CPI informando que não poderia comparecer para depor porque está no Rio de Janeiro estudando. Agora ele deve ser conduzido para depor coercitivamente, decisão que já havia sido tomada pelos membros da CPI na reunião da semana passada. 

A próxima reunião da CPI do CIMI ficou marcada para a próxima segunda-feira (21/03), às 14h, no Plenário da Assembleia. 

Foto: Wagner Guimarães

 

Deputado Estadual Paulo Corrêa

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