Voltar para notícias · 06 abril, 2016

CPI do CIMI ouve servidor da FUNAI e convoca indígenas para depor

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a atuação do Conselho Indigenista Missionário em Mato Grosso do Sul ouviu durante a reunião desta quarta-feira (06/04) do servidor da FUNAI (Federação Nacional do Índio), Jorge Antônio das Neves. Jorge trabalha no órgão desde 1982, já morou em aldeias indígenas e somente na Reserva Buriti permaneceu durante 12 anos como representante da FUNAI. 

Convocado para falar sobre a atuação do CIMI nas aldeias, ele declarou que não sabe nada sobre o trabalho realizado pelo Conselho, mas afirmou conhecer pessoas que trabalham na entidade. 

Jorge Antônio das Neves disse nunca ter participado de invasões e que no dia do conflito na Fazenda Buriti, em que o indígena Oziel Gabriel morreu, ele não estava na área invadida, mas que participou das negociações no dia anterior. Por isso não sabe se o CIMI incentivou os indígenas a não cumprirem ordem judicial. 

“Conheço o CIMI desde 82. O CIMI nunca procurou a FUNAI. Nesses 12 anos em que estive lá nunca vi o CIMI por lá. Não temos contato com o CIMI”, afirmou. 

O que chamou a atenção dos membros da CPI é que no depoimento Jorge afirmou que antes do conflito em Dois Irmãos do Buriti e no dia da morte de Oziel Gabriel a polícia apreendeu armas com os indígenas. 

 “Não vou falar que o CIMI está por trás porque eu não sei. O CIMI anda dentro da Aldeia, mas não temos conhecimento do que ele faz. O CIMI é uma coisa, a FUNAI é outra. CIMI e FUNAI não se batem”, destacou. 

Convocada também para depor hoje a indígena Valdelice Verón, filha do cacique morto Marcos Verón chegou a entrar no plenário, mas manifestou a vontade de depor em sua língua materna. Por esse motivo a oitiva foi remarcada para o próximo dia 20, data em que deve ser convocado também um intérprete para acompanhar a depoente. 

NOVAS CONVOCAÇÕES

Os membros da CPI do CIMI também aprovaram durante a reunião a convocação de mais cinco indígenas que encaminharam uma carta à Comissão. O documento foi entregue pelo advogado do CIMI, Anderson dos Santos, na manhã de hoje. 

Na carta os indígenas questionam a convocação do cacique Renato Machado, de Dourados, que seria ouvido também hoje pela comissão, mas se ausentou por motivo de saúde. 

De acordo com os indígenas que assinaram a carta, Renato não é cacique nem liderança indígena, informação que diverge do que foi falado pelo próprio cacique ao aceitar depor na CPI.

Frente à discordância de informações, a presidente da Comissão, deputado Mara Caseiro propôs a convocação dos responsáveis pela carta. “O que nós percebemos é que nas aldeias está havendo uma rivalidade entre os indígenas. Por isso queremos ouvir esses indígenas para que eles esclareçam porque isso está acontecendo, porque não há mais consenso na escolha dos líderes, como era no passado. Queremos saber o que está causando essa divisão entre os indígenas, se o CIMI está por trás disso”, afirmou a presidente da CPI, esclarecendo que a escolha dos caciques não o foco da CPI e sim a atuação do CIMI na toma das decisões. 

 

Deputado Estadual Paulo Corrêa

Copyright 2021 © Paulo Corrêa - Deputado Estadual | Todos os direitos reservados | Design por Argo Soluções

Localização

Palácio Guaicurus | Av. Desembargados José Nunes da Cunha,
Parque dos Poderes - Bloco 9 - Jd. Veraneio.
CEP:79031-901 - Campo Grande – MS