Voltar para notícias · 10 julho, 2015

Após audiência, grupo de trabalho vai discutir e buscar soluções para a crise na cadeia da carne em MS

A crise que afeta os frigoríficos em Mato Grosso do Sul e que foi apontada pela Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidoras de Carnes do Estado de Mato Grosso do Sul (Assocarnes-MS) como resultado de uma possível formação de monopólio por grandes empresas, foi discutida hoje (10/07) durante a audiência pública “A Indústria da Carne no Mato Grosso do Sul”.

O evento, que aconteceu na Assembleia Legislativa, foi proposto pelos deputados Paulo Corrêa e Márcio Fernandes e teve como principal objetivo esclarecer os problemas que hoje estão causando o fechamento de plantas frigoríficas no Estado. 

O principal encaminhamento da audiência foi a formação de um grupo e trabalho que vai investigar e buscar soluções para a crise do setor, integrada pela Comissão de Turismo, Indústria e Comércio, Comissão de Agricultura, Pecuária e Políticas Rural, Agrária e Pesqueira da Assembleia, Secretaria de Estado de Fazenda, Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Assocarnes, pequenos e grandes frigoríficos. A primeira reunião do grupo já foi marcada para o dia 07 agosto, 09h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. 

“Eu recebi uma denúncia e quero esclarecer. Queremos ouvir. De forma nenhuma queremos matar o grande frigorífico, mas também não queremos que o grande mate os pequenos. A Assembleia está aqui para mediar essa discussão e buscar soluções. Queremos fazer isso com responsabilidade, porque isso interessa a todos, ao produtor, que precisa de segurança de venda, e aos frigoríficos”, disse Paulo Corrêa, que também reivindicou a criação de um corredor sanitário entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai para intensificar a comercialização de carne de um lado para outro da fronteira. 

Ao apresentar as reivindicações da Assocarnes/MS, o presidente da associação, João Alberto Dias pediu a união dos empresários do setor e a melhoria das políticas fiscais implantadas pelo Estado. “Nosso intuito é sensibilizar o governo, as autoridades, buscar a união de todos os elos da cadeia produtiva da carne no nosso estado, para que sejam revistas as políticas fiscais para o setor e assim possamos ter de volta uma pecuária de corte forte e uma indústria forte”, disse.

O Diretor Executivo do Grupo JBS, Marcelo Zanatta, esclareceu que o fechamento de alguns frigoríficos deve-se à falta de bois para abate e à crise financeira mundial. “O Estado chegou a ter mais de 40 frigoríficos em funcionamento e muitos fecharam por falta de bois para o abate. Há um consumo retraído devido à crise financeira. A JBS não é nociva. Ela só trouxe benefícios para Mato Grosso do Sul e para o Brasil. Ela inova e diversifica para poder sobreviver. Estamos abertos aos diálogos”, garantiu, destacando que as denúncias contra a empresa são falsa.   

“Em hipótese alguma a JBS iria comprar ou arrendar plantas para deixar fechado. Temos que desmistificar isso. Sobre essa denúncia, eu garanto que não existe e não é procedente. É um negócio honesto, sério e que estamos desenvolvendo para fazer um diferencial no mercado. Hoje 30% do que produzimos é exportado e o restante é para consumo interno”, esclareceu. 

Também presente no evento, o vice-presidente da Acrissul, Jonathan Barbosa, afirmou que os problemas da cadeira da carne também atingem os pecuaristas. “Nós da Acrissul não queremos nem o monopólio dos grandes nem o cartel dos pequenos. Queremos os produtores respeitados. É difícil para todos entender essa situação. Estamos em crise e ela não está só na cidade, ela chega ao campo também. Não é culpa de frigorífico grande ou do pequeno. O setor está abalado por diversas situações. Temos aqui que encontrar soluções”, afirmou. 

Como um dos encaminhamentos a audiência Paulo Corrêa propôs que a questão tributária seja discutida dentro das comissões da Casa de Leis. “Não podemos legislar sobre a questão tributária, mas podemos opinar, dar sugestões e, dessa forma, contribuir com o Estado”, sugeriu, além do monitoramento da crise nas comissões responsáveis. 

Em resposta aos questionamentos feitos durante a audiência, o Secretário Adjunto da Secretaria de Estado de Fazenda, Jader Rieffe Julianelli Afonso, apresentou os números que comprovam a retração do mercado. “Essa crise tem afetado todos os setores e o governo do Estado. Crescemos em arrecadação somente 4%. Temos uma previsão de crescimento de 5% somente esse ano, quando nos anos anteriores foi em nédio de 14%, o que nos deixa preocupados. A economia do Mato Grosso do Sul é muito dependente do agronegócio, que é o que alavanca nossa economia. Temos hoje, em 2015 um cenário econômico bem adverso para todos os segmentos e isso tem refletido diretamente também no setor da carne. Temos uma melhora de quase um milhão de abate de cabeças em relação a 2008, mas um decréscimo de certa de 200 mil cabeças em relação a 2014. Isso demonstra um desaquecimento do setor”, avaliou. 

Participaram da audiência produtores rurais, deputados, empresários, representantes da Famasul, Iagro, Fiems, Faems, Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação, Sicadems, CNTA, Ministério da Agricultura em MS, Sindicato Rural, Sebrae e outras autoridades. 

 

Deputado Estadual Paulo Corrêa

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