Voltar para notícias · 21 março, 2016

Advogado do CIMI se nega a assumir compromisso com a verdade em CPI

Após descumprir por duas vezes consecutivas a convocações da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a atuação do Conselho Indigenista Missionário em Mato Grosso do Sul, o advogado Luiz Henrique Eloy Amado compareceu hoje para depor. No entanto, se recusou a assinar o termo de compromisso apresentado pela CPI, em que os depoentes se comprometem a falar a verdade.

Eloy foi convocado após seu nome ser citado em diversos depoimentos colhidos pela CPI. Embora ele afirme que não é liderança indígena e que por isso não vai depor, logo que deixou o plenário da Casa de Leis Eloy foi aplaudido e cumprimentado por outras lideranças ligadas ao CIMI que compareceram à Assembleia apenas para acompanhar seu depoimento, mas que esvaziaram o local imediatamente após a dispensa do depoente.

Frente a recusa e após suspender os trabalhos para discutir os argumentos apresentados pelo advogado do CIMI, os membros da comissão decidiram cancelar o depoimento dele. “Não podemos admitir que uma pessoa qualquer chegue aqui e não fale a verdade. No entendimento desta CPI, quando uma pessoa não assina a declaração, ela pode mentir. Vamos tomar as medidas cabíveis”, disse a presidente, deputada Mara Caseiro ao dispensar Eloy.

O Advogado do CIMI se apresentou à CPI acompanhado pela representante da OAB-MS, Silmara Salamaia Gonçalves e pelo advogado Anderson Santos, que também foi convocado para depor, mas conseguiu na justiça uma liminar para não ser ouvido.  À CPI Anderson se apresentou como advogado de Eloy e falou o tempo todo em nome do seu cliente.

Na única vez em que se pronunciou a pedido da presidente Mara Caseiro, Luiz Henrique Eloy disse apenas “não vou assinar” e “só para dizer eu continuo à disposição da CPI e deixar bem claro que eu não sou nenhum foragido”, afirmou ele antes de se retirar.

O relator da CPI, deputado Paulo Corrêa e a presidente Mara Caseiro solicitaram ao convocado a disponibilização de endereço e telefone para que ele possa ser localizado mais facilmente da próxima vez em que houver necessidade. Em mais uma negativa, Eloy se recusou a passar o endereço residencial à Comissão e deixou apenas o número do telefone celular, argumentando que a OAB tem o endereço do seu escritório.

A dificuldade em localizar os membros do CIMI e alguns indígenas tem sido o principal desafio da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a entidade. Muitos dos ofícios de convocação são devolvidos à CPI devido à mudança de endereços. Algumas pessoas que tiveram o nome aprovado para oitivas até excluíram os perfis de redes sociais e deixaram também de participar das sessões da Comissão.

Não compareceram para depor na reunião de hoje o  atual Presidente Nacional do CIMI, Dom Roque Paloschi , que justificou a ausência e informou à Comissão que vai depor no dia 13 de abril; Flávio Machado, apontado como uma das principais lideranças do CIMI e que sempre está presente nas invasões, e Rogério Batalha, que não foram encontrados.

Na reunião de hoje a Comissão também aprovou os nomes de mais três pessoas que deverão ser ouvidas já na próxima semana: Cacique Renato Machado, Enir Terena e Valdelice Veron. 

Foto: Wagner Guimarães

Deputado Estadual Paulo Corrêa

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