Voltar para notícias · 04 abril, 2016

CPI ouve indígenas e Paulo Corrêa cobra explicações sobre morte de Oziel Gabriel

O deputado estadual Paulo Corrêa solicitou hoje que o Instituto Médico Legal e o Hospital Municipal de Sidrolândia, onde o índio Oziel Gabriel foi atendido antes de morrer em 2013, dê explicações sobre o laudo da morte do indígena e sobre o sumiço de seus pertences pessoais no momento do atendimento médico. 

Paulo Corrêa é membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a ação/omissão do Estado nos casos de violência praticada contra os povos indígenas entre 2000 e 2015 e fez a solicitação durante o depoimento de Otoniel Gabriel, que é irmão de Oziel e que foi ouvido hoje (04/04) pela CPI.

Oziel faleceu no dia 30 de maio de 2013, após ser atingido por um disparo de arma de fogo durante ação de reintegração de posse da Fazenda Buriti. 

No dia ele chegou a ser atendido no hospital de Sidrolândia, mas não resistiu ao ferimento e morreu. Em seu depoimento concedido à CPI, o irmão da vítima destacou o fato da perícia no corpo do indígena ter sido feita rapidamente, em menos de 2 horas e afirmou que a família nunca recebeu informações sobre o laudo, como o calibre da bala que ocasionou a morte de Oziel. 

Ainda segundo ele, os pertences do irmãos, que poderiam ajudar nas investigações, desapareceram do hospital e não foram entregues à família. 

Após ouvir a declaração de Otoniel, Paulo Corrêa fez o requerimento ao presidente da CPI, deputado João Grandão, para que o laudo e explicações do hospital sejam encaminhadas à CPI. 

Também foram ouvidos na reunião de hoje da CPI os indígenas Alberto França, da aldeia Buriti (Sidrolândia) e Tonico Benites, de Dourados. 

Primeiro a ser ouvido, Tonico Benites, que é antropólogo Guarani-Kaiowá, pontuou que as investigações dos casos de violência contra indígenas são mais demoradas quando têm como autor pessoas não indígenas. 

Outro ponto destacado por ele é a falta de atenção do Estado com os povos indígenas que hoje vivem às margens das rodovias, afirmando que essa situação ocasiona muitas mortes, sejam por acidentes ou por falta de qualidade de vida. 

“A solução não é o despejo, não é tiro. A solução tem que partir de discussão, ser pensada em conjunto. Essa situação é ruim para os índios e para o Estado. E enquanto o sistema leva anos para solucionar, quem morre são os indígenas, que nunca vão desistir de lutar pela terra”, disse ele, concordando com os membros da CPI de que a culpa da situação que se encontra os povos indígenas em Mato Grosso do Sul é do Governo Federal. 

Já o professor Alberto França Dias também defendeu sua comunidade indígena e afirmou que atualmente um dos maiores problemas enfrentados por eles é a falta de atendimento médico de qualidade.

Frente à afirmação de Alberto, Paulo Corrêa defendeu que todos os deputados querem resolver a questão indígena do estado e garantir mais qualidade de vida aos indígenas e criticou o Governo Federal, que é legalmente responsável pelos povos indígenas.

“Todos nós temos uma coisa em comum: vontade de resolver esse assunto. O Governo Federal não resolve sabe por quê? Porque dinheiro para propina tem, mas R$ 600 milhões para aplicar no fundo para aquisição de terras indígenas ele não tem. E vejam que nós nem pedimos dinheiro para o a Presidente, pedimos apenas para deixar de pagar o juros da dívida do Estado com a União e aplicar esse valor no Fundo para Aquisição de Terras Indígenas (Fepati). Mas o Governo prefere não resolver e enquanto isso pessoas, indígenas, pagam com suas vidas”, criticou o parlamentar que é autor da proposta para aplicação do dinheiro no Fepati. 

 

Deputado Estadual Paulo Corrêa

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